Juntos...

Junto nós somos...

Nós somos sol e céu
Estrela e luar
Nós somos o vento batendo no coqueiro
Somos o balanço do mar

Somos as 4 estações
Frio e calor
Alegria e tristeza
Prazer e dor

Somos luz e escuridão
Vida e morte
Desejo e paixão
Azar e sorte

Somos o amadurecer das frutas
A seca da terra
Bem e mal
Planta e pedra

Somos medo e coragem
Parte de um todo
Somos gota d’água no mar
Somos um só corpo

Somos o sorriso de uma criança
A asa de um beija-flor
Silencio e barulho
Ódio e amor

Somos doença e cura
Vitória e fracasso
Podre e rico
Forte e fraco

Somos trabalho e descanso
Sonho e realidade
Gato e cachorro
Mentira e verdade

Somos loucura e sanidade
Chuva e temporal
Traição e lealdade
Plástico e metal

Somos revolta e serenidade
Branco e preto
Sinceridade e falsidade
Bonito e feio

Somos duas esferas
Dois lados
Rosa e cravo
Certo e errado

Nós somos amor e paixão
Nós somos partes diferentes
Nós somos cartas de apostas
Que no baralho da vida
Estão juntas eternamente

[Rodrigo /Felipe]

Somos fruto...

QUEM SOMOS?

Nós somos fruto da essência cósmica
Fomos criados por vontade indômita
E habitamos um Planeta Atômico
Que nos produz uma visão cromática.

Extraordinário, incomum, insólito,
É o artista uma figura mágica
Que desafia o mundo dos hipócritas
E doa a vida, seja bela ou trágica!

Somos, portanto, criaturas místicas
Tão apegadas à existência física
Que nos esquecemos dos valores básicos...

Não aceitamos o que não seja lógico
Não entendemos o que nos é fatídico
E nos amamos em momentos fantásticos!

Autor: RICARDO DE BENEDICTIS

Poetas somos...

Quem somos nós

Poetas somos
Sem sermos reconhecidos
Como na laranja o gomo,
Como na janela o vidro
Cristalino e transparente,
Só se vê quando partido.

Somos poetas
De poesia a transbordar,
De poemas por descobrir,
Poesia virgem por desbravar,
De poetas que buscam o existir,
De memórias que querem relembrar.

Somos poetas sem voz,
Somos livro sem páginas,
De poemas por escrever,
Na certeza que alguns de nós
Vão ser reconhecidos
Mesmo, depois de morrer.


Autor: A. Massano C.

Somos artistas...

Quem somos nós...

Somos todos exímios artistas...
e o palco é a vida.
As cortinas abrem-se
e choramos inocentes,
pois dói muito respirar.
Representar é doloroso.
Somos filhos,
somos pais.
Somos pais de nossos filhos,
somos filhos de nossos filhos.

São tantos os papéis,
que nos perdemos em atos,
tropeçamos em fios,
caímos de cara frente à platéia,
que ri extasiada...
ante a nossa própria confusão.
e não percebe o seu próprio conflito.

Somos bons e somos ruins.
Somos loucos cheios de lucidez.
E temos uma perspicácia alucinada.
Matamos com a mesma mão que acaricia.
Cantamos com a mesma voz que blasfema.
Nossos olhos brilham de amor,
ao mesmo tempo que faíscam de ódio.

Quem somos, afinal?
Somos atores,
somos platéia,
Misturando riso e choro.
Somos sempre atores principais.
Somos sempre platéia atuante.
Coadjuvantes, sim.
Mas, nunca figurantes.
A vida exige uma atuação forte,
onde o sangue escorre,
as lágrimas descem pela face.

E se conseguimos sorrisos,
nem sempre somos aplaudidos.
Somos amantes de nossos amantes,
somos amores de nossos amores.
Inimigos de nossos amigos,
amigos de nossos inimigos.
A vida é esse eterno movimento,
os papéis se misturando
e se pensarmos um pouco,
perder-nos-emos nas improvisadas falas
e nos atos desse louco viver.

VALÉRIA NOGUEIRA EIK - Brasil -Poeta e Escritora

Somos asas...

Quem Somos

Somos asas,
Que voam para o céu...
De alma no peito
E coração nas mãos

Sabendo apenas que vamos...
Que em imaginadas asas voamos.
Procurando aquele ilusivo...
lugar de onde partimos,
Algures o zênite...
no nosso ponto de chegada.

Foi-nos permitido viver no ontem...
Com um olhar pensativo no amanhã.
Tendo sido todavia nos sonhos do agora
Que a nossa esperança nunca se tornou vã.

Tornámo-nos aquele grito de confiança...
Ou pelo menos...
o punho erguido da perseverança.

Hoje respiramos...
à superficial da brisa matinal.
Que dá voz à fragrância da saudades...
Moramos no fugaz quebrar...
das ondas da maré.
Ao ritmo do eterno fado...
que nos assiste.

Talvez tenha sido...
nossa a eternidade,
Para partilhar...
Um momento contido em nós,
De certo tempo ou um lugar

Paulo de Souza Alcoforado ( Portugal )

Somos o sonho...

Quem somos...

Somos o sonho
E a realidade.
Somos idealistas
E não temos opinião.

Somos perguntas
E respostas.
Somos a lembrança
E o esquecimento.

Somos a descoberta
E o segredo.
Somos o decifrar
E a confusão.
Somos amanhã
E o agora.

Somos a crítica
E o elogio.
Somos a alegria de quem ama
E a tristeza de quem odeia.

Somos a ocupação de quem inveja
E o aplauso reconhecido.
Somos a tempestade
E a paz.

Somos o vôo
Onde, não nos prendem.
Somos a força
Rendendo-nos na ousadia.

E quando,
Já não formos mais quem somos
Então o mundo saberá
Quem jamais... fomos nós...

Autor. Mauro Santis - Brasil

Somos duo...

Dualidade

Somos quem somos?

Esta dualidade que me permeia confunde.
Difunde, margeia, semeia caos, candeia.
Sem luz, não conduz, contunde, mareia.
Fomos quem somos?
Tempo, areia me enterra ou aterra,
me apoia ou me prende, me tolhe ou distende,
me cala ou me berra.
Calor e frio, vazio, completo, carente,
repleto, sonhador, concreto.
Dualidade, maldade, fiel sem balança,
andança, estaguinação, mansidão, pujança.

Metade de mim arde, a outra congela.

Metade de mim é vida, a outra mazela.
Metade de mim irrompe, a outra afunda.
Metade de mim é glória, a outra imunda.
Seremos quem fomos?
Somos quem somos?
Dualidade, perversidade ou caridade?
Torvelinho, remanso, ação ou descanso.
Não sei!
Se alguém sabe me conte.
Mas conte de manso.

Autor: Jorge Reigada - Brasi